Cada ano vem aumentando a adesão ao movimento mundial "Outubro
Rosa", que visa chamar atenção, diretamente, para a realidade atual do
câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. O importante é, na
realidade, focar este sério assunto nos 12 meses do ano, já que a doença é implacável
e se faz presente não só no mês de outubro. No entanto, este mês é
representativo para a causa, tornando-se especial e destacado dos demais.
O câncer
de mama é uma doença grave, mas que pode ser curada. Quanto mais cedo ele for
detectado, mais fácil será curá-lo
Se no
momento do diagnóstico o tumor tiver menos de 1 centímetro (estágio inicial),
as chances de cura chegam a 95%. Quanto maior o tumor, menor a probabilidade de
vencer a doença. A detecção precoce é, portanto, uma estratégia fundamental na
luta contra o câncer de mama.
Se a
detecção precoce é a melhor estratégia, a principal arma para sair vitoriosa
dessa luta é a mamografia, realizada uma vez por ano em toda mulher com 40 anos
ou mais. É a partir dessa idade que o risco da doença começa a aumentar
significativamente.
A
mamografia é o único exame diagnóstico capaz de detectar o câncer de mama
quando ele ainda tem menos de 1 centímetro. Com esse tamanho, o nódulo ainda
não pode ser palpado. Mas é com esse tamanho que ele pode ser curado em até 95%
dos casos.
AUTOEXAME
Durante
muito tempo, as campanhas de conscientização para o câncer de mama divulgaram a
ideia de que o autoexame das mamas, baseado na palpação, era a melhor forma
para detectá-lo precocemente. Mas o tempo passou, a medicina evoluiu e as
recomendações mudaram.
O
autoexame continua sendo importante – mas de forma secundária. Quando o tumor
atinge o tamanho suficiente para ser palpado, já não está mais no estágio
inicial, e as chances de cura não são máximas.
Infelizmente,
ainda há muita desinformação no Brasil. Uma pesquisa realizada em 2008 pelo
Datafolha a pedido da Femama revelou que para 82% das mulheres o autoexame é a
principal forma de diagnóstico precoce. Apenas 35% apontaram a mamografia.
A
incidência do câncer de mama vem crescendo no mundo todo, mas, quando se trata
do número de mortes causadas pela doença, as tendências variam. Em países
desenvolvidos, a mortalidade vem caindo lentamente, ao passo que nos países em
desenvolvimento, como o Brasil, registra-se um gradativo aumento.
Pelo
menos parte dessa diferença se deve ao diagnóstico precoce, ainda precário no
nosso país. Entre 1999 e 2003, quase metade dos casos de câncer de mama foram
diagnosticados em estágios avançados, segundo estudo do Instituto Nacional de
Câncer (Inca). Especialistas estimam que mortalidade por câncer de mama em
mulheres entre 50 e 69 anos poderia ser reduzida em um terço se todas as
brasileiras fossem submetidas à mamografia uma vez por ano.
DIREITO DE TODAS
O Brasil
é um país de desigualdades, que são ainda mais evidentes na assistência à
saúde. O acesso à mamografia é um exemplo típico, infelizmente. O número de
brasileiras que realizam o exame anualmente ainda é muito baixo. As que dispõem
de planos de saúde privados têm mais facilidade, mas representam uma pequena
parcela da população. A grande maioria depende do Sistema Único de Saúde, em
que as dificuldades são bem conhecidas, havendo muitas diferenças de região
para região.
Até
recentemente, o Ministério da Saúde recomendava que a mamografia anual fosse
realizada em mulheres pelo SUS a partir de 50 anos. Mas esse limite de idade
mudou com a efetivação da Lei Federal nº 11.664/2008, em vigor a partir de 29
de abril de 2009, garantindo o benefício a partir dos 40 anos.
A Lei
Federal nº 11.664/2008 foi uma conquista da Femama e representa um grande
avanço na luta contra do câncer de mama. No entanto, ela precisa ser colocada
em prática de norte a sul do País.